Uma das manifestações registradas por Djalma Corrêa na Bahia dos anos 1970 foi a Capoeira. Em suas pesquisas, Djalma fotografou e gravou os toques e cânticos de dois Mestres de Salvador: Mestre Caiçara e Mestre Gato. Antônio Carlos Moraes, Mestre Caiçara, foi um dos expoentes mestres da primeira metade do século XX, ao lado de Bimba e Pastinha. Natural de Cachoeira de São Felix, ele trazia em sua ginga toda a musicalidade da cultura do recôncavo baiano, sendo conhecido como grande cantador e tendo gravado, no ano de 1973, um dois mais importantes discos de Capoeira Angola - Academia de Capoeira Angola  - São Jorge dos Irmãos Unidos do Mestre Caiçara. Em seu repertório, além da capoeira, sempre incluía muitos sambas de roda.

A Capoeira está hoje presente em todo o Brasil e em diversos países do mundo representando uma ampla rede de práticas difíceis de serem definidas. Em 2008, foram registrados como patrimônio cultural do Brasil o Ofício dos Mestres de Capoeira e a Roda da Capoeira. A Capoeira Angola, praticada por Mestre Caiçara, tem como uma de suas marcas a valorização das tradições afro-brasileiras e da herança africana. Segunda a pesquisadora Flávia Chachinesk Diniz ela foi qualificada tanto por pesquisadores, como pelo próprios capoeirista como: “luta, jogo, brincadeira, arte, cultura, filosofia de vida, prática política, cultura popular, cultura tradicional de cunho ritual, cultura oral, patrimônio imaterial brasileiro”. Diniz ,em sua tese, busca identificar os elementos musicais em trânsito entre a Capoeira Angola, o Samba de Roda, o Candomblé de Nação Angola e o Culto ao Caboclo. Mestre Caiçara também transitava por esse amplo universo da cultura popular baiana.