Coco embolada. Sotaques do Samba
Brasil
Fita Magnética, Fotografia 35mm
O Coco de embolada presente em quase todo o nordeste é uma arte de improviso, é um “gênero poético-musical da tradição oral” (Ayala). Cantado por duplas, os emboladores ou coquistas, que normalmente se apresentam em feiras e mercados aglomerando o público por sua atraente performance. Os dois emboladores se desafiam com o seu canto ligeiro e sua forte batida de pandeiros.
O repertório dos emboladores é construído em cima de temas tradicionais, mas é na prática do desafio, do confronto que os versos vão sendo rapidamente elaborados num ritmo que muitas vezes vai acelerando no decorrer da performance. É comum a chamada papulagem, o auto-elogio e o ““coco-malcriado”, um vale tudo para maltratar o companheiro”, citando mais uma vez a etnomusicologa Maria Ignez Ayala. Outra etnomusicologa que se dedicou ao estudo do coco de embolada foi Elizabeth Travassos, segunda ela “os versos dos emboladores são frequentemente considerados “doidos”, sem sentido ou vulgares”. Segundo ela, Mario de Andrade, observando o canto do coquista Chico Antonio descreve sua embolada como alguma coisa próxima de um transe.
Djalma registrou dos jovens emboladores que se apresentavam no Mercado de São José, centro de Recife, no ano de 1973. José Claudino da Silva (“Pintassilva”), de 14 anos e Wilson Antonio da Silva (“Gavião”), de 13 anos.