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Bambelô. Sotaques do Samba

Brasil

Filme S-8mm. Fita magnética, Fotografia 35mm

Bambelô -
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Bambelô
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Como é analisado por alguns estudiosos que se dedicaram aos estudos da música e da cultura popular (Ayala & Ayala; Lins; Travassos) o termo genérico “coco” esta presente em toda região nordeste caracterizando uma série de manifestações bastante abundante e ainda pouco estudada. Travassos fala que a “sensação é de um mar de cocos, dinâmico, profundo, precariamente cartografado”. (Travassos). Existe vários tipos de cocos, cada um com sua particularidade.  As variantes estão nos próprios nomes, podendo caracterizar o tipo de dança, de canto, de instrumento, de localidade. Como por exemplo, coco de roda, coco de umbigada, coco de ciranda, samba de coco, coco de zambê, coco de ganzá, coco de embolada, coco alagoano, coco praieiro, etc. No Rio Grande do Norte, por exemplo, é comum o uso dos termos Bambelô ou Zambê. Mario de Andrade já percebeu em suas pesquisas nos anos 1920/30 que “coco anda por aí dando nome pra muita coisa distinta”.

Embora na prática todo tipo de generalizações traga as suas falhas, pois há sempre exceções, podemos falar genericamente de um tipo de coco que é uma manifestação coletiva onde há canto, música e dança. Normalmente em roda, a dança, individual ou em dupla, é executada ao centro. É comum a presença da umbigada para caracterizar a troca dos dançares. Ainda de modo geral, podemos dizer que esse tipo de coco é diferente do coco embolada que é apenas cantado, normalmente por uma dupla de emboladores ou coquista. No coco coletivo há o solista e o coro e na instrumentação é comum a presença de tambores, ganzás e pandeiros  para marcar o ritmo. É bem frequente a presença do coco nos festejos juninos, mas os grupos podem se apresentar em diversas ocasiões como no carnaval, em festa de padroeiro, em festivais, em shows, em eventos políticos, etc.

 

Djalma Corrêa registrou dois bambelôs em suas pesquisas pelo Rio Grande do Norte. Da Capital, o “Bambelô Asa Branca” do Mestre Severino Guedes, um dos mestres mais conhecidos da Natal e de Ceará-Mirim, o “Bambelô Canarinho” do Mestre Anastácio Tertuliano da Silva. Uma das especificidades do bambelô é ser formado apenas por homens, há os tocadores e os dançadores, estes formam uma roda e um de cada vez vai ao centro apresentar sua dança. Nessa região, os tambores também tem nomes bem específicos. Djalma registrou de Ceará mirim os nomes Mingonguê e Chama de Puitá. Além de tambores, o instrumental era composto por ganzás.

ACERVO | DJALMA CORREA

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